Moralidade e ética no Islã
Descrição: O lugar da moralidade no Islã e sua relação com a adoração.
- Por Khalid Latif (editado por IslamReligion.com)
- Publicado em 12 Oct 2015
- Última modificação em 12 Oct 2015
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O Islã é um modo de vida abrangente e a moralidade é um dos fundamentos do Islã. A moralidade é uma das fontes fundamentais da força de uma nação, assim como a imoralidade é uma das principais causas do declínio de uma nação. O Islã estabeleceu alguns direitos básicos universais para a humanidade como um todo, que devem ser observados em todas as circunstâncias. Para manter esses direitos o Islã proveu não apenas as salvaguardas legais, mas também um sistema moral muito eficiente. Assim, o que leva ao bem-estar do indivíduo ou da sociedade e não se opõe a nenhuma das máximas da religião é moralmente bom no Islã e o que é prejudicial é moralmente ruim.
Dada sua importância em uma sociedade saudável, o Islã apoia a moralidade e questões que levam a ela e fica no caminho da corrupção e questões que levam a ela. O princípio orientador para o comportamento de um muçulmano é "Atos virtuosos". Esse termo cobre todos os atos, não apenas os atos de adoração. O Guardião e Juiz de todos os atos é o próprio Deus.
As características mais fundamentais de um muçulmano são a piedade e a humildade. Um muçulmano deve ser humilde com Deus e com as outras pessoas:
"E não vires o rosto às gentes, nem andes insolentemente pala terra, porque Deus não estima arrogante e jactancioso algum. E modera o teu andar e baixa a tua voz, porque o mais desagradável dos sons é o zurro dos asnos." (Alcorão 31:18-19)
Os muçulmanos devem ter controle sobre suas paixões e desejos.
Um muçulmano não deve ser vaidoso ou apegado aos prazeres efêmeros desse mundo. Enquanto a maioria das pessoas permite que o mundo material encha seus corações, os muçulmanos devem manter Deus em seus corações e o mundo material em suas mãos. Ao invés de serem apegados ao carro, ao emprego, ao diploma e à conta bancária, todas essas coisas se tornam ferramentas para nos fazer pessoas melhores.
"Dia em que de nada valerão bens ou filhos, Salvo para quem comparecer ante Deus com um coração sincero." (Alcorão: 26:88-89)
Princípios da moralidade no Islã
Deus resume retidão no versículo 177 da surata Al Baqarah:
"A virtude não consiste só em que orientais vossos rostos até ao levante ou ao poente. A verdadeira virtude é a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas; de quem distribuiu seus bens em caridade por amor a Deus, entre parentes, órfãos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de cativos (escravos). Aqueles que observam a oração, pagam o zakat, cumprem os compromissos contraídos, são pacientes na miséria e na adversidade, ou durante os combates, esses são os verazes, e esses são os tementes (a Deus)."
Esse versículo nos ensina que a retidão e a piedade são baseadas antes de tudo em uma fé verdadeira e sincera. A chave para a virtude e boa conduta é uma relação forte com Deus, Que tudo vê, em todos os momentos e em todos os lugares. Ele conhece os segredos dos corações e as intenções por trás de todas as ações. Portanto, um muçulmano deve ter moral em todas as circunstâncias; Deus está ciente de cada um, quando ninguém mais está. Se enganarmos a todos, não podemos enganá-Lo. Podemos fugir de qualquer um, mas não Dele. O amor e consciência contínua de Deus e o Dia do Juízo capacitam o homem a ter moral na conduta e sinceridade nas intenções, com devoção e dedicação:
"De fato, o mais honrado entre vós aos olhos de Deus é o mais temente..." (Alcorão 49:13)
Então vem os atos de caridade com os outros, especialmente dando coisas que amamos. Isso, como os atos de adoração, orações e zakat (caridade obrigatória), é parte integral da adoração. Uma pessoa virtuosa deve ser confiável e digna de confiança.
Finalmente, sua fé deve ser firme e não diminuir diante de adversidades. A moralidade deve ser forte para vencer a corrupção:
"E Deus ama aqueles que são firmes e perseverantes."
A paciência é com frequência mais difícil e bela quando vai contra nossos próprios desejos ou raiva:
" Emulai-vos em obter a indulgência do vosso Senhor e um Paraíso, cuja amplitude é igual à dos céus e da terra, preparado para os tementes." (Alcorão 3:133)
Esses três atos estão entre as coisas mais difíceis para a maioria das pessoas, mas também são a chave para o perdão e o paraíso. Não são os melhores, aqueles capazes de exercitar a caridade quando eles próprios passam por necessidades, de se controlar quando estão zangados e perdoar quando foram injustiçados?
Esse é o padrão pelo qual as ações são julgados boas ou más. Ao fazer do agrado a Deus o objetivo de todo muçulmano, o Islã estabeleceu o padrão de moralidade mais alto possível.
A moralidade no Islã aborda cada aspecto da vida de um muçulmano, desde as saudações até as relações internacionais. É universal em seu escopo e em sua aplicabilidade. A moralidade reina nos desejos egoístas, na vaidade e nos maus hábitos. Os muçulmanos não devem apenas ser virtuosos, mas também devem encorajar a virtude. Não devem apenas abster-se do mal e do vício, mas também proibi-lo. Em outras palavras, não devem apenas ser moralmente saudáveis, mas também devem contribuir para a saúde moral da sociedade como um todo.
"Sois a melhor nação que surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o ilícito e credes em Deus. Se os adeptos do Livro cressem, melhor seria para eles. Entre eles há fiéis; porém, a sua maioria é depravada." (Alcorão 3:110)
O Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, resumiu a conduta de um muçulmano quando disse:
"Meu Sustentador me deu nove comandos: permanecer consciente de Deus, em público ou em privado; falar de maneira justa, esteja zangado ou satisfeito; demonstrar moderação estando pobre ou rico, reunificar a amizade com aqueles que se afastaram de mim; dar ao que me rejeita; que meu silêncio deva ser ocupado com pensamentos; que meu olhar deva ser uma admoestação e que eu ordene o que é certo."
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