Katherine Bullock, ex-cristã, Canadá (parte 2 de 2)

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Descrição: Sua luta final para determinar a verdade e como isso a levou a, no fim, abraçar o Islã.

  • Por Katherine Bullock
  • Publicado em 25 Jan 2016
  • Última modificação em 25 Jan 2016
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Senti aquela leveza novamente; talvez Deus existisse.  Examinei cuidadosamente os eventos de minha vida e vi que coincidências e sortes eram bênçãos de Deus para mim e nunca tinha notado ou agradecido.  Estou maravilhada o quanto Deus foi gentil e persistente enquanto eu era desleal.  Meus ouvidos e pés formigam agradavelmente da lavagem que acabei de fazer neles; uma lavagem que me limpa e permite que me aproxime de Deus em oração.

Deus.  Uma divindade impressionante.  Sinto reverência, admiração e paz.  Por favor mostre-me o caminho.  Certamente você pode ver que o mundo é muito complexo, muito belo e muito harmonioso para ser um acidente?  Para ser o resultado cego de forças evolucionárias?  Não sabe que a ciência está voltando para uma crença em Deus?  Não sabe que a ciência nunca contradisse o Islã?  Estou exasperado com meu júri imaginário.  Não pesquisaram essas coisas?

Talvez esse fosse o caminho mais decisivo.  Tinha ouvido no rádio uma entrevista com um físico que explicava como a ciência moderna havia abandonado há muito tempo suas suposições materialistas do século dezenove e que, cientificamente, era de opinião que muitos fenômenos ocorridos não faziam sentido sem haver um ser inteligente e um projeto por trás.  Experimentos científicos não eram apenas observação passiva de fenômenos físicos; a observação alterava a forma como os eventos físicos avançaram e parecia, portanto, que inteligência era a coisa mais fundamental do universo.

Li mais e mais.  Descobri que somente os antropólogos mais conservadores ainda acreditavam na teoria da evolução, embora nenhum estivesse dizendo isso muito alto por medo de perder o emprego.  Meu quebra-cabeça estava começando a se desfazer.

Ok, então decidiu que Deus existia.  Era uma monoteísta.  Mas o Cristianismo é monoteísta.  É sua herança cultural.  Por que deixá-lo?  Esses questionadores ainda estão intrigados.  Mas você deve compreender que essa é a pergunta mais fácil de todas para responder.  Sorrio.

Aprendi como o Alcorão não contradiz a ciência da mesma maneira que a Bíblia contradisse.  Queria ler as histórias bíblicas literalmente e descobri que não podia.  Fatos científicos contradizem o relato bíblico.  Mas fatos científicos não contradizem o relato corânico e a ciência às vezes até explicou um versículo corânico inexplicável até agora.  Isso era assombroso.

Havia um versículo sobre como a água dos rios que fluía para o mar não se misturava com a água do mar; versículos descrevendo a concepção de forma precisa; versículos se referindo às órbitas dos planetas.  A ciência do século sete não sabia de nada disso.  Como Muhammad podia ser tão singularmente sábio?  Minha mente me atraía para o Alcorão, mas eu resistia.

Comecei a frequentar a igreja novamente, só para me ver em lágrimas em quase todos os serviços religiosos.  O Cristianismo continuava a ser difícil para mim.  Tanta coisa não fazia sentido: a Trindade, a ideia de que Jesus era Deus encarnado, a adoração de Maria, santos ou Jesus, ao invés de Deus.  Os padres me diziam para deixar a razão para trás ao contemplar Deus.  A Trindade não fazia sentido e nem deveria.  Fui mais fundo.  Afinal, como podia deixar minha cultura, minha tradição e minha família?  Ninguém entenderia e eu ficaria sozinha.  Tentei ser uma boa cristã.

Aprendi mais.  Descobri que a Páscoa foi instituída algumas centenas de anos depois da morte de Jesus, que Jesus nunca chamou a si mesmo de Deus encarnado e com mais frequência disse que era o Filho do Homem; que a doutrina da Trindade foi estabelecida 300 anos depois de Cristo ter morrido; que o credo de Niceia, que eu fielmente havia recitado toda semana, focando em cada palavra, foi escrito por HOMENS em uma reunião política para confirmar a posição minoritária de que Jesus era o Filho de Deus e a opinião majoritária de que Jesus era mensageiro de Deus foi excluída para sempre.

Estava tão zangada! Por que a igreja não havia me ensinado essas coisas.  Bem.  Eu sabia por que.  As pessoas entenderiam que podiam adorar a Deus em outro lugar e que lá a adoração faria de fato sentido para elas.  Eu adoraria um Deus, não três, não o Pai, o Filho e o Espírito Santo; não Jesus como Senhor, nem os santos, nem Maria.  Muhammad podia realmente ser um mensageiro e o Alcorão a palavra de Deus?  Continuei lendo o Alcorão.

Ele me disse que Eva não estava sozinha na culpa pela "queda"; que Jesus era um mensageiro; que os descrentes ririam de mim por ser uma crente; que as pessoas questionariam a autenticidade da reivindicação de Muhammad à revelação, mas que se tentassem escrever algo tão sábio, consistente e racional, fracassariam.  Isso pareceu verdade.  O Islã me pediu para usar minha inteligência para contemplar Deus, me encorajou a buscar conhecimento, me disse que quem acreditar em (judeus/cristãos/muçulmanos/quem quer que seja) receberá recompensas, pareceu ser uma religião muito abrangente.  Levantamos-nos novamente e continuamos de pé, nos curvamos novamente para uma posição de descanso com nossas mãos sobre nossos joelhos.  O que mais posso dizer a Deus?  Não consigo pensar no suficiente para dizer, a oração parece muito longa.

Arquejei levemente, continuava fungando, já que com todo o ficar de pé, ajoelhar e ficar de pé novamente fiquei um pouco sem fôlego.  Então você acha que eu entraria espontaneamente em uma religião que me transformasse em cidadã de segunda classe?  Exijo de meus questionadores.  Você sabe que existe muito abuso de mulheres nos países islâmicos, assim como no Ocidente, mas isso não é o Islã verdadeiro.  E não venha com a coisa do véu.  Não sabe que as mulheres usam o hijab porque Deus as pede?  Porque elas confiam na palavra de Deus.

Ainda assim.  Como terá coragem de usar o hijab?  Provavelmente não terei.  As pessoas me olharão fixo, me tornarei óbvia. Prefiro me esconder na multidão quando sair.  O que meus amigos dirão quando me virem com aquilo??  Ó! Deus! Socorro.

Tinha empacado tão perto da mudança por um longo mês, com meu dilema crescendo dia a dia.  O que devo fazer?  Deixar minha vida antiga e começar uma nova?  Mas não conseguiria sair em público de hijab.  As pessoas olhariam para mim.  Parei no caminho bifurcado que Deus me ajudou a alcançar.  Tinha conhecimento novo que se adequava confortavelmente com meu intelecto.  Seguir a convicção ou ficar do jeito antigo?  Como podia ficar quando tinha uma perspectiva diferente sobre a vida?  Como podia mudar quando o passo parecia grande demais para mim?

Praticava a frase de conversão: Não há divindade exceto Deus e Muhammad é Seu mensageiro.  Palavras simples, acredito nelas, então me converto.  Não posso, resisti.  Andei interminavelmente em círculos dia após dia.  Deus estava em um dos caminhos da bifurcação, batendo Seu pé.  Venha Kathy.  Eu a trouxe até aqui, mas você precisa cruzar sozinha.  Fiquei parada, como um canguru paralisado pelas luzes dos carros tarde da noite.  Então uma noite, Deus, suponho, me deu um empurrão final.  Estava passando por uma mesquita com meu marido.  Tinha um sentimento em mim que era tão forte que mal podia suportá-lo.  Se não se converter agora, jamais se converterá, dizia minha voz interior.  Sabia que era verdade.  Ok, farei.  Se me deixarem entrar na mesquita, farei.  Mas não havia ninguém lá.  Disse a shahada sob as árvores do lado de fora da mesquita.  Aguardei.  Aguardei pelo trovão, o sentimento imediato de alívio, a remoção do meu fardo.  Mas não aconteceu.

Sentia-me exatamente a mesma.  Agora estamos ajoelhando novamente, o mundo parece tão diferente daqui de baixo.  Até jogadores de futebol famosos se prostram assim, lembro, olhando para os lados para as bordas do meu hijab que caem sobre o tapete de oração; somos todos iguais e igualmente humildes perante Deus.  Agora sentamos, minha líder de oração está murmurando algo, com o indicador da mão direita no ar.  Olho para o meu tapete novamente.  O verde, o púrpura e o preto de meu tapete de oração parecem os mesmos.

O negro da entrada da mesquita me implora: "Estou aqui, só relaxe e me encontrará." Minhas lágrimas secaram em meu rosto e a pele está repuxada. O que estou fazendo aqui?  Querido Deus.  Estou aqui porque acredito em Você, porque acredito nas palavras majestosas e convincentes do Alcorão e porque acredito na missão profética de Seu mensageiro Muhammad.  Sei em meu coração que a minha decisão é a correta.  Por favor me dê coragem para levar adiante esse novo eu e essa nova vida, para que eu possa servi-Lo bem com uma fé forte.  Sorrio e me levanto, dobrando no meio meu tapete de oração, e sento no sofá pronta para meu próximo encontro com sua certeza verde aveludada.  Agora o fardo começa a ser removido.

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