Abdul-Latif Abdullah, Ex-Protestante, EUA (parte 1 de 2): Aprendendo sobre o Islã

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Descrição: Como aprendeu sobre o Islã em sua vida de estudante com seu professor de silat e o efeito em sua vida diária.

  • Por Abdul-Latif Abdullah
  • Publicado em 24 Dec 2012
  • Última modificação em 24 Dec 2012
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Abdul-Lateef_Abdullah__Ex-Protestant_Christian_(part_1_of_2)_-_Learning_about_Islam_PT-BR_001.jpgMinha experiência no Islã começou como estudante universitário na cidade de Nova Iorque em 1998. Até aquele ponto em minha vida, por 25 anos, tinha sido protestante, mas não praticava minha religião há muito tempo.   Estava mais interessado em "espiritualidade" e buscava por qualquer coisa que não tivesse a ver com religião organizada.  Para mim, o Cristianismo estava fora de alcance e não era relevante para a época.   Era difícil para encontrar algo que pudesse aplicar à minha vida cotidiana.  Essa dissolução com o Cristianismo me levou a fechar as portas para tudo que parecesse religião organizada, devido à minha suposição de que era tudo a mesma coisa ou pelo menos em termos de falta de relevância e clareza.

Muito da minha frustração com o Cristianismo vinha de sua falta de conhecimento e orientação em relação à natureza de Deus e a relação individual com Ele.  Para mim a filosofia cristã dependia dessa relação intermediária bizarra que devemos ter com Jesus, que por um lado era um homem, mas também era divino.  Entretanto, essa relação difícil e muito vaga com nosso Criador fez com que buscasse por algo que pudesse me fornecer um entendimento melhor de Deus e nossa relação com Ele.  Por que eu não podia orar diretamente para Deus?  Por que tinha que começar toda oração com “em nome de Jesus Cristo?”  Como um Criador e Sustentador eterno e onipotente também assume a forma de um homem?  Por que Ele precisaria fazê-lo?  Essas eram apenas algumas das perguntas que não conseguia resolver.  Precisava muito de uma abordagem mais objetiva, direta e clara da religião que pudesse prover minha vida com orientação verdadeira, não apenas com um dogma que era desprovido de conhecimento real baseado em fato.

Quando estava na pós-graduação tive um colega de quarto judeu na época que estudava artes marciais.  Enquanto morávamos juntos ele estudava uma arte chamada silat, uma arte marcial tradicional da Malásia que é baseada nos ensinamentos do Islã.  Quando meu colega de quarto vinha das aulas de silat me contava sobre a singularidade do silat e de sua rica dimensão espiritual.  Estava muito interessado em aprender artes marciais na época, fiquei intrigado pelo que ouvi e decidi acompanhar meu colega de quarto à aula uma manhã de sábado.  Embora não tivesse percebido naquele tempo, minha experiência no Islã estava começando aquela manhã em minha primeira aula de silat na cidade de Nova Iorque, em 28 de fevereiro de 1998. Ali encontrei meu professor, Cikgu (que significa professor em malásio) S., o homem que transmitiria a minha base e orientação ao Islã.  Embora pensasse que estava começando uma carreira como um praticante de artes marciais, aquele dia em 1998 representou de fato meu primeiro passo na direção de me tornar um muçulmano.

Desde o início fiquei intrigado pelo silat e o Islã e comecei a passar todo o tempo possível com meu professor.  Como eu e meu colega de quarto éramos apaixonados pelo silat, íamos à casa de meu professor e absorvíamos o máximo de conhecimento dele.  De fato, quando concluímos a pós-graduação na primavera de 1998 passamos o verão inteiro morando com ele e sua esposa, a convite dele.  À medida que o aprendizado em silat aumentava, aumentava também meu aprendizado sobre o Islã, uma religião sobre a qual tinha pouquíssimo conhecimento antes de minha experiência no silat.

O que tornou a minha orientação para o Islã tão poderosa foi que estava aprendendo sobre ele e também o estava vivenciando.  Como estudava na casa de meu professor,  estar na presença de muçulmanos devotos permitiu-me estar constantemente cercado pelos sons, visões e práticas do Islã.  Como o Islã é todo um estilo de vida, quando se está em um ambiente islâmico não se pode separá-lo da vida cotidiana.  Ao contrário do Cristianismo, que tende para uma separação da vida diária e a religião, o Islã requer que seus seguidores integrem a adoração a Deus em tudo que fazem.  Assim, ao morar com meu professor fui imerso no din islâmico e experimentei em primeira mão como ele pode moldar o modo de vida inteiro de uma pessoa.

No início o Islã era muito novo, diferente e poderoso para mim.  Também era muito estranho de muitas maneiras e a quantidade de disciplina que requer era difícil de entender.  Na época eu era muito liberal e estava acostumado a abandonar qualquer coisa dogmática ou imposta, independente de seu autor!  À medida que o tempo passou, entretanto, e meu entendimento do Islã cresceu, comecei a ver lentamente que o parecia ser dogma religioso era realmente o estilo de vida estabelecido por nós pelo nosso Criador – ou o termo árabe “din” de Deus.  Esse estilo de vida, aprendi posteriormente, é o caminho reto para o verdadeiro contentamento, não o modo de vida sensual e superficial que minha sociedade e cultura promovem.  Percebi que na verdade a questão é muito simples.  Quem poderia saber melhor que o Criador onisciente, qual o melhor modo de vida para os seres humanos?

Do dia da minha primeira aula de silat em Nova Iorque até o dia que fiz minha shahada, em 30 de julho de 1999, passei por um autoexame profundo que compreendeu duas grandes experiências.  Uma foi o processo de questionar a cultura na qual cresci e a segunda foi lutar para entender a verdadeira natureza de Deus e o papel da religião em minha vida diária.  Quanto à minha cultura, não foi tão difícil quanto a maioria das pessoas pensam.  Para mim, que cresci na América, foi preciso uma experiência poderosa, um professor dotado e o conhecimento certo para experimentar a verdade.  A cultura americana é muito poderosa porque bombardeia constantemente com gratificação sensual.  A menos que sejamos removidos dela é difícil ver suas limitações, baseadas na adoração e na fé em tudo exceto Deus, o Único que pode nos prover com apoio real e duradouro em nossas vidas.

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Abdul-Latif Abdullah, Ex-Protestante, EUA (parte 2 de 2): Como o Islã mudou minha vida!

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Descrição: Como o Islã mudou totalmente a vida de Abdul Latif para melhor e deu-lhe um mapa claro para essa jornada de vida.

  • Por Abdul-Latif Abdullah
  • Publicado em 24 Dec 2012
  • Última modificação em 24 Dec 2012
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Ganho a vida como cientista social e muito do meu tempo é passado trabalhando com e ponderando sobre os males e dilemas de nossa sociedade.  À medida que aprendia sobre o Islã cheguei à conclusão que os males da sociedade são baseados fundamentalmente em comportamentos sociais disfuncionais e nocivos.  Uma vez que o Islã é um estilo de vida focado totalmente em uma forma mais positiva e saudável de conduzirmos nossas vidas em todos os sentidos, é e sempre será a única resposta verdadeira a todos os dilemas sociais.  Com essa percepção não apenas decidi que o Islã era relevante para minha vida cotidiana, mas comecei a compreender por que é tão diferente das outras religiões.  Somente o Islã fornece conhecimento e orientação para todos os aspectos da vida.  Somente o Islã fornece uma forma de alcançar saúde e felicidade em todas as dimensões da vida – física, espiritual, mental, financeira, etc. Somente o Islã nos fornece um objetivo de vida claro e um propósito.  E somente o Islã nos mostra como viver e contribuir para uma comunidade e não apenas falar sobre isso.  O Islã é que todos precisam e o que tantos ainda não encontraram e continuam procurando.  É o caminho para o propósito, significado, saúde e felicidade.  Isso porque é o caminho reto para a fonte de todo o poder que necessitamos - Deus.

Só quando de fato tornei-me muçulmano percebi o quanto nosso estilo de vida é abrangente.  Literalmente tudo que somos instruídos a fazer tem um propósito – relembrar Deus.  Isso simplesmente mostra o brilho absoluto e divino da religião, no sentido de que existe um estilo de vida que pode mostrar como relembrar de seu Criador em um ato simples de saudar alguém, vestir-se pela manhã ou acordar.  O Islã nos mostra que pela lembrança constante de Deus tudo que fazemos se torna focado Nele e, assim, se torna um ato de adoração.  A partir disso, nossa energia, pensamentos e ações são redirecionados e afastados de causas inúteis e nocivas, focando na fonte de toda a bondade.  Dessa forma, estamos continuamente explorando Sua força, misericórdia e graça divinas.  Então, ao relembrarmos de Deus constantemente, nos tornamos mais fortes, melhores e mais saudáveis em todos os aspectos de nossas vidas.

Existiram e ainda existem aspectos do Islã que se mostraram difíceis para mim de alguma forma.  Entretanto, agradeço a Deus todos os dias pela facilidade com a qual Ele me permitiu fazer as mudanças necessárias em minha vida para que pudesse continuar a viver na América e ser, Insh’Allah (se Deus quiser), um bom muçulmano.  Como um americano branco e de classe média, muitos dos aspectos culturais do Islã são muito diferentes do que eu, e aqueles próximos a mim ao longo de minha vida, estávamos acostumados.  De fato, quando finalmente dei a notícia à minha família de que tinha feito a shahada (testemunho de fé) e me tornado muçulmano, quase todas as perguntas e preocupações foram relacionadas às diferenças culturais – casamento, vida social, família, etc. Houve muito menos preocupação com minhas crenças gerais em relação a Deus e com a prática religiosa.  Para minha família, amigos e colegas de trabalho, tornar-se muçulmano não era visto necessariamente como uma mudança negativa, mas tem exigido muita explicação sobre o Islã.  De fato, assim como minha própria educação, esse processo de compartilhar a verdade sobre o Islã com eles não tem fim, porque não existe limite em relação ao conhecimento que podemos adquirir e é responsabilidade de cada um de nós compartilhar qualquer conhecimento que tenhamos.

Uma vez que adquirir conhecimento correto é um componente fundamental para o desenvolvimento de um muçulmano, ter um professor que me ensinou como aplicar o Islã na vida cotidiana fez toda a diferença e me ajudou a administrar as dificuldades que experimentei com minha reversão.  Ter alguém com conhecimento para recorrer quando tiver perguntas é um apoio maravilhoso que todo novo muçulmano deve se empenhar para encontrar.  O Islã não é uma religião que pode ser racionalizada na forma que o Cristianismo e o Judaísmo têm sido ao longo do tempo.  É um caminho claro que deve ser seguido exatamente como Deus determinou para nós através da vida de nosso amado profeta Muhammad e seus companheiros e os sábios do Islã.

Nessa época atual, nessa sociedade, discernir o caminho pode ser difícil, especialmente quando enfrentamos constantemente perguntas e dúvidas de pessoas que na superfície podem não ser hostis ao Islã, mas cuja falta geral de fé pode ter um efeito prejudicial sobre alguém que baseia tudo que faz em seu amor por Deus.  Também não é fácil estar em um ambiente em que somos constantemente bombardeados com tentações sensuais que são vistas como comuns, aspectos corriqueiros da vida cotidiana.  Mas quando temos o apoio de um professor experiente e com conhecimento, capaz de aplicar os ensinamentos universais do Islã à vida dele, então a verdade se torna distinta do erro, exatamente como Deus descreve no Alcorão.  A partir disso somos capazes de compreender como aplicar o Islã corretamente as nossas próprias vidas e assim receber muitas bênçãos de Deus.  O teste supremo, entretanto, de qualquer um que alegue ter conhecimento correto e verdadeiro é ver como o aplicam em suas próprias vidas.  Se suas ações derem suporte a seus ensinamentos, então e somente então recorrer a essa pessoa para orientação.

Minha jornada para o Islã, embora curta, tem sido uma experiência de mudança de vida.  É uma que a cada dia que passa me torna mais e mais grato a Deus Todo-Poderoso.  A extensão de Sua misericórdia só pode ser plenamente compreendida a partir da perspectiva de alguém que se prostra regularmente e submete sua vontade à vontade de Seu criador.   É por isso que me empenho no Islã e parte do que é o jihad.  É o empenho que devemos lutar a todo o momento de cada dia, mas que amamos porque sabemos a Quem recorrer para apoio e Quem está nos ajudando.

Olho para minha vida antes do Islã e reflito nas diferentes maneiras em que busquei orientação.  Penso em todas as ideias diferentes que tive sobre quem Deus realmente é e como podemos nos aproximar Dele.  Olho para trás agora e sorrio e talvez até derrame uma lágrima, porque agora sei a verdade.  Através do Islã sei porque tantas pessoas que não crêem têm tanto medo dentro de si.  A vida pode ser muito assustadora sem Deus.  Eu sei, porque um dia tive esse mesmo nível de medo.  Agora, entretanto, tenho o programa supremo de “autoajuda”.  É o programa de autoajuda sem o auto.  É o caminho que coloca tudo em seu lugar certo.  Agora a vida faz sentido.  Agora a vida está em ordem.  Agora sei por que estou aqui, onde quero ir, o que quero que minha vida seja, como quero viver e o que é mais importante não só para mim, mas para todos.  Somente espero e oro que outros que ainda não encontraram o caminho possam sentir o mesmo que eu.  Alhamdulillahi rabbil alameen. [Todos os louvores e agradecimentos são para Allah, o Senhor e Protetor de toda a criação].

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