Coesão Social no Islã (parte 2 de 3): Fraternidade Islâmica

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Descrição: Os aspectos necessários de fraternidade e os vários meios práticos estabelecidos pelo Islã para alcançar essa fraternidade em sociedade.

  • Por Jamaal al-Din Zarabozo (© 2011 IslamReligion.com)
  • Publicado em 25 Jul 2011
  • Última modificação em 25 Jul 2011
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Um dos aspectos necessários dessa fraternidade é amor.  Ou seja, é uma obrigação de todos os muçulmanos amarem seus irmãos muçulmanos.  De fato, devem amá-los de uma forma semelhante à que amam a si mesmos.  Como o Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, afirmou:

“Nenhum de vocês verdadeiramente crê até que ame para o seu irmão o que ama para si mesmo.” (Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim)

Um segundo aspecto necessário dessa fraternidade é apoio, ajuda e assistência mútuos.  Quando seu irmão está sendo oprimido ou injustiçado, oferece ajuda e assistência com sua riqueza e alma, se possível.  Isso é descrito, por exemplo, nos versículos que se seguem:

“E o que vos impede de combater pela causa de Deus e dos indefesos, homens, mulheres e crianças? que dizem: Ó Senhor nosso, tira-nos desta cidade (Makka), cujos habitantes são opressores. Designa-nos, de Tua parte, um protetor e um socorredor.” (Alcorão 4:75)

Um terceiro aspecto essencial dessa fraternidade islâmica é misericórdia e ternura entre os crentes.  Vai além do simples amor, mas significa que cada irmão sente em seu coração o que seu irmão está passando.  O profeta descreveu os muçulmanos da seguinte forma:

“A semelhança dos crentes relação a seu amor mútuo e afeição é como o corpo: se um dos membros está ferido, todo o restante do corpo sofre com insônia e febre.” (Saheeh Muslim)

Um componente final necessário de nossa fraternidade são atos comuns de cortesia.   A verdadeira fraternidade tem que ser colocada em prática e não pode ser simplesmente de boca para fora.  Um aspecto belo e surpreendente do Islã é que não trata de assuntos a nível hipotético para que cada indivíduo tente entender como os objetivos podem ser alcançados.  Assim, por exemplo, o profeta detalhou atos específicos que se tem o direito de esperar de um irmão e que também devem ser executados em relação a um irmão.  Sendo assim, entre esses atos obrigatórios comuns de cortesia estão seis mencionados pelo profeta:

“Seis são os direitos de um muçulmano sobre outro muçulmano... Quando encontrá-lo, ofereça saudações; quando ele o convidar para jejuar, aceite; quando pedir seu conselho sincero, dê; quando espirrar e disser ‘alhamdulillah’, diga ‘que Deus lhe mostre misericórdia’; quando ficar doente, visite-o; e quando morrer, siga seu cortejo fúnebre.” (Saheeh Muslim)

Além dessas seis práticas bem conhecidas, a lei islâmica orienta os muçulmanos para muitas outras práticas para ajudar a gerar amor e proximidade entre os crentes, que é o objetivo óbvio da lei em si.  Então, por exemplo, se um muçulmano ama outro muçulmano em nome de Deus, deve informar o outro indivíduo desse sentimento.  O profeta explicou a razão para fazer isso quando disse:

“Se um de vocês ama seu irmão em nome de Deus, ele deve ser informado porque isso tornará o vínculo mais duradouro e o amor mais confirmado.”[1]

O Profeta também disse:

“Por Aquele em Cujas mãos está minha alma, vocês não entrarão no paraíso até que creiam. E não crerão até que amem uns aos outros. Certamente, deixem-me informá-los do que estabelecerá tal coisa: propagar a paz entre vocês.” (Saheeh Muslim)

Esse hadith pode significar a propagação de saudações de paz ou fazer ações que tragam a paz e proximidade.

O profeta também destacou a importância de presentear uns aos outros.  Ele disse:

“Troquem presentes e se amarão mutuamente.” (As-Suyooti)

O profeta também encorajou os muçulmanos a se visitarem.  Ele afirmou:

“Visitem-se ocasionalmente e o amor [entre vocês] aumentará.” (al-Tabaraani)

Além desses atos positivos, quando se evita atos proibidos os resultados também serão positivos para as relações interpessoais.  Em outras palavras, quando se evita calúnia, difamação, mentiras, traição, espionar e assim por diante, só o bem resultará de se esquivar dessas más práticas que o Islã claramente proibiu.

Pode-se concluir que a coesão social entre muçulmanos é definitivamente um dos objetivos mais buscados no Islã.  Além disso, etapas práticas são estabelecidas para assegurar que esse objetivo será alcançado.



Footnotes:

[1] Registrado por ibn Abi Dunya em Kitaab al-Ikhwaan.

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