Maria Luísa “Maryam” Bernabe, ex-católica, Filipinas (parte 1de 2)

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Descrição: Todos nascemos com uma inclinação natural para adorar a Deus e minha busca por Ele começou muito cedo.

  • Por Maria Luísa “Maryam”Bernabe
  • Publicado em 24 Nov 2014
  • Última modificação em 24 Nov 2014
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MariaLuisa1.jpg11 de março de 2011 marca minha completa submissão a Deus.  Disse minha shahada depois de meses de discernimento. As circunstâncias que me levaram ao Islã não foram fáceis. Mas Alhamdulillah (Todos os louvores e agradecimentos são devidos a Deus), sou agora, finalmente, uma muçulmana.

Deixe-me compartilhar com você minha jornada ao Islã.

Era católica romana por nascimento. Minha mãe foi freira por vários anos antes de deixar o convento e nos educou com uma vida de orações. Aos 7 anos ela havia interiorizado em mim a virtude de se submeter a Deus e olhar para tudo que acontece como a maneira de Deus me preparar para as melhores coisas que estavam por vir. 

Tendo desenvolvido para mim mesma uma relação pessoal com Deus, tinha estado muito envolvida com trabalhos apostólicos. Até ensinei catecismo e recebi o prêmio de Catequista do Ano quando me graduei no segundo grau. Depois disso, a vida tem sido uma jornada constante com fé.

Em um momento muito significativo em minha vida, trabalhei para uma fundação humanitária voltada para projetos elaborados para unir os filipinos em oração, independente de religião. A fundação mantinha a convicção de que somos todos irmãos e irmãs sob uma paternidade de Deus.  Mesmo antes de me envolver com a fundação, minha vida de oração era centrada em Deus, o Todo-Poderoso. Entretanto, claro, tendo recebido uma formação católica em casa e na escola, desenvolvi certas devoções a alguns santos da igreja, reconhecendo-os não como pequenas divindades, mas como companheiros em orações por minhas intenções. Houve um ponto em que me questionei quem entre os santos eram os mais eficazes em trazer bênçãos. E, assim, terminava orando novamente diretamente a Deus - o Único Ser Supremo, o Todo-Poderoso, sabendo que Ele é a fonte principal de bênçãos, afinal.

Quando minha mãe foi diagnosticada com leucemia e durante o estágio final da doença dela, foi um período de pura luta. Em um ponto acordei orando a Deus para trocar de posição com ela, para que eu pudesse suportar a doença. Era uma busca interminável por recursos, na esperança de ter minha mãe curada pelos avanços médicos. Até nosso padre da paróquia e amigos próximos da família disseram - RENDA-SE... RENDA-SE A DEUS. Então, lembrei novamente de me submeter, especialmente quando o corpo de minha mãe já estava rejeitando e não respondia à quimioterapia. 

A morte da minha mãe foi um momento decisivo em minha vida. Desde aquela época minha vida tem sido uma batalha constante por rendição e submissão completas a Deus. O ego fazia com que me inclinasse mais para os meus planos - a luta para alcançá-los e a busca teimosa do que queria, ao invés dos muitos sinais e induções de Deus. Durante esses momentos só encontrava paz quando me rendia. Mas como sou humana, sempre caía novamente na armadilha de querer coisas por conta própria.

Depois da morte de minha mãe recebi uma oferta de emprego no Qatar.  Foi em 2003.  Talvez não estivesse pronta ainda.  Aceitei outro emprego nas Filipinas, uma vez que não fazia sentido procurar um emprego no exterior porque minha mãe já tinha falecido.  Qual seria o sentido de ganhar o que queria na época em que ela estava viva, para que pudesse sustentar o tratamento médico e também levá-la a lugares?  Nenhum.

Então, em 2006, veio um chamado inesperado para uma entrevista de um empregador alemão com um projeto enorme no Qatar.  O Qatar mais uma vez acenou e hesitante compareci a entrevista, seguindo o conselho de meu pai de fazer uma tentativa.  Não esperava conseguir o emprego, mas os sinais durante o processo de entrevista me fizeram acreditar que o emprego era para mim.  Em um período de um mês depois daquele dia fatídico, vim para o Qatar.  Pensei que a oportunidade de ganhar mais era só o que o Qatar tinha para oferecer.  Surpreendentemente, me deu algo muito mais profundo.

Em minha formação católica foi inculcado em nossas cabeças que o propósito da vida é CONHECER, AMOR e SERVIR DEUS. De fato, é a natureza do homem continuar buscando pelo sentido da vida.  A busca interminável pela fonte proverbial da juventude é profundamente enraizada no anseio do homem pelo significado e propósito da existência.  A menos que o homem encontre o que procura, jamais parará.  Portanto, ele nunca parará e comprará tempo e saúde para seguir com sua cruzada. Os milhões de leitores que catapultaram o livro "The Purpose Driven Life" ("A vida motivada por um propósito", em tradução livre) à condição de best-seller são por si só um testemunho de quantas pessoas estão verdadeiramente em busca de direção e propósito. 

Com a idade de 8 ou 9 anos, perguntei a minha mãe: "Onde Deus estava antes da Criação?"Dizia a ela que passava tempo com meus olhos fechados e ensopada de suor em concentração total apenas imaginando o que se segue, na ordem - minha posição e localização, as nuvens, o céu azul, a lua, os nove planetas e fora da Via Láctea, só para encontrar uma vasta extensão de espaço.  Com a largura e amplitude desse espaço, Deus continuava acima dele... "Quando não havia nada, onde Ele estava?"Questionava.  E minha mãe exclamava com um sorriso no rosto e me abraçava: "Você já está pensando dessa forma?", perguntava.  E então ela disse: "Assim, minha querida, é o quanto nosso Deus é grande e infinito. Está além da compreensão, mas acredite em mim, Ele está onde está."

O anseio do Homem - jovem e idoso, não é por coisas materiais, nem gratificação emocional e física...é tudo isso e muito mais.  Todos nós estamos em busca de Deus desde o nascimento.  Somos feitos para conhecer, amar, servir e agora, sendo muçulmana, deixe-me acrescentar mais um - adorar a Deus em Sua Unicidade. 

Em minha busca por Deus ao longo das dificuldades da vida, O glorifico por me levar na direção do caminho do Islã.

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Maria Luísa “Maryam” Bernabe, ex-católica, Filipinas (parte 2de 2)

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Descrição: Meus pequenos passos na direção de Allah e a conversão ao Islã

  • Por Maria Luísa “Maryam” Bernabe
  • Publicado em 01 Dec 2014
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Allah me trouxe para o Qatar para esse propósito, para que eu terminasse minha busca e passasse os dias restantes de minha vida adorando-O através dos meios do profeta Muhammad, que Deus o exalte.

As maneiras de Allah não são as nossas e Ele sabe mais.  De fato, com os desdobramentos dos eventos em minha vida aqui no Qatar, olho para trás e vejo a maneira magnificente com a qual Allah teceu o caminho que me levou a Ele. 

Em 2009, a empresa que me trouxe para o Qatar tinha encontrado dificuldades e começou a demitir as pessoas, dando a elas opções para procurar outros empregos.  Como vim parar na empresa na qual trabalho hoje também é uma das agradáveis surpresas que Allah tinha guardada para mim.  A maneira como fiz a transição de minha empresa anterior para a atual foi muito rápida.  A instituição na qual estou trabalhando é uma instituição islâmica governada pela Sharia (Lei islâmica) e o departamento ao qual pertenço me deu a oportunidade de ter o emprego dos meus sonhos - comunicação corporativa.  Como estava imersa na preparação de informativos e ferramentas de marketing, tinha que estar em contato com os valores corporativos ancorados na orientação da Sharia, que me levaram a ler mais profundamente sobre o Islã.  Naquele ponto me encontrei gostando do que estava fazendo e lia qualquer coisa que me caísse nas mãos.

No início de 2010 encontrei um muçulmano filipino.  Nunca houve qualquer discussão sobre nossa religião.  Ele sabia o quanto eu orava com meu rosário e livro de novenas.  Disse que em sua família também havia muçulmanos e cristãos.  Assegurou-me que eu não deveria me sentir desconfortável sobre isso.  Encontrei nele as características que estava procurando.  A ideia dele de relacionamento era a mesma que a minha.  Assim, a religião nunca foi um problema e ambos respeitávamos nossas crenças.

Uma vez fui ao Fanar (centro cultural islâmico do Qatar) com meu chefe durante a exposição de arte de caligrafia para adquirir alguns itens para nossa empresa.   Obtive uma cópia do livro A MUÇULMANA IDEAL e comecei a ler três meses depois, quando meu noivo não estava no Qatar.  Senti que os versículos do Alcorão falavam diretamente para mim. Enquanto lia as qualidades da muçulmana ideal, percebi que meu modo de vida estava em conformidade com os ensinamentos do Islã, afinal. Então, obtive uma cópia do Alcorão em Tagalog e senti uma paz irresistível em meu coração, que me trouxe lágrimas. Disse a mim mesma que na hora certa tinha que ir em busca do Islã. Busquei orientação do departamento de Sharia e de meus colegas bem intencionados sobre quais materiais de leitura devia escolher.  Pesquisava na web e lia tudo que podia. Até que um dia, parei. Parei de buscar conhecimento porque não queria fazer nada até ver meu noivo que tinha acabado de voltar das Filipinas. Embora ele não levantasse a questão sobre minha religião, disse a mim mesma que tinha que deliberar se estava apenas sendo influenciada pela presença dele em minha vida ou se estava abraçando o Islã por escolha própria... do mais fundo de meu coração e minha alma. 

Naquela época quando parei de me aprofundar nos estudos, passei por uma crise também. Os problemas continuavam se acumulando e estava confusa sobre como orar. Devia orar com o rosário e as devoções ou devia fazer o salat (a oração feita pelos muçulmanos), que não tinha a menor ideia de como executar? Por meses fiquei no limbo, até que uma noite acordei, falei com Deus e disse: "Meu Deus, estou confusa. Não sei mais como devo orar. Leia meu coração. Eu me submeto a Ti!" Depois disso, senti certa paz.

O cuidado de Deus começou. Meu noivo foi para casa nas Filipinas mais cedo do que planejado. Deus meu deu o tempo que precisava para meu discernimento.

Não esperava que o dia em que um grande tsunami atingiu o Japão seria o dia em que faria minha Shahada (testemunho de fé, pronunciado que me tornei muçulmana). Só senti que meu coração estava muito quieto. Fui para o Fanar com a convicção de frequentar aulas de Islã básico.  Essa atitude veio quando fui finalmente capaz de responder às perguntas finais que tinha por mim mesma.  Primeiro, se meu noivo e eu não terminássemos juntos, eu seria capaz de me manter muçulmana? Quando eu morresse, como minha família disporia dos meus restos mortais?  E, então, vi em minha mente minhas colegas muçulmanas e senti certo espírito de comunidade.  Disse a mim mesma que podia perder uma pessoa, mas ganharia mais.  Segundo, por que os homens muçulmanos tinham permissão para se casar com até quatro esposas?  Eles não sabem como é doloroso para uma mulher ter outra mulher que é preferida em relação a ela?  Essa pergunta permaneceu sem resposta por vários meses até aquele dia em que me preparei para ir ao Fanar.  De fato, essa pergunta sempre me impediu de aceitar totalmente as leituras que tinha feito sobre o Islã e esperava tê-la respondida quando tivesse a oportunidade de assistir as aulas no Fanar.  Finalmente, naquela manhã quando estava me preparando para o Fanar, fiz outra rodada de perguntas em minha mente - o sentimento de ciúme ou inveja me afastaria de Allah?  Algo tão mundano me impediria de conhecer Allah?  Eu mesma não respondi.  Ao invés disso, corri me preparando para sair.  Aquela ação já era a resposta.

Ao chegar ao Fanar, tive a oportunidade de ter conversas individuais com duas de suas mentoras - irmã Zarah e irmã Maryam.  O anseio de meu coração começou a se revelar. A irmã Maryam disse que eu parecia estar pronta. Quando ela me perguntou se gostaria de fazer a shahada, só respondi dizendo: HAVERIA ALGUÉM QUE PODERIA ADMINISTRÁ-LA PARA MIM? Mais uma vez, aquele sentimento de certeza - não era sobre SIM ou NÃO, é sobre a disponibilidade de alguém que poderia administrá-la para mim.

Depois que disse a shahada, as lágrimas caíram. Quando a irmã Maryam me abraçou e me disse que já era uma muçulmana, a agradeci com lágrimas. Minha família imediata me deu as boas vindas como muçulmana e agradeci a Allah por aquilo. Embora permanecessem católicos devotos, a aceitação, apoio e amor deles me ajudou a continuar. Quanto ao meu noivo, foi surpreendido com minha mensagem de texto minutos após ter me convertido.  Ele não esperava receber tais notícias de mim.

Minha reversão ao Islã foi enfatizada pelo grande tsunami.  Simbolicamente olho para isso como se Allah tivesse me lavado e purificado de todos os meus pecados.  O que aconteceria comigo se não tivesse me rendido a Ele?  Onde eu estaria?

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