Os Títulos Descritivos de Jesus no Alcorão (parte 2 de 2): Um “Verbo” e “Espírito” de Deus

Classificação:
Tamanho da fonte:
A- A A+

Descrição: Uma discussão do nome, títulos e descrição de Jesus no Alcorão. Parte 2: Um olhar em alguns dos outros títulos dados a Jesus, como um “verbo”, um “espírito”, “misericórdia” e outros.

  • Por IslamReligion.com
  • Publicado em 02 Jan 2012
  • Última modificação em 02 Jan 2012
  • Impresso: 159
  • 'Visualizado: 38,111 (média diária: 9)
  • Classificação: 1.9 de 5
  • Classificado por: 53
  • Enviado por email: 1
  • Comentado em: 1
Pobre Melhor

(3)       “Verbo” de Deus

O Alcorão se refere a Jesus como um “Verbo” de Deus em três passagens.  Nenhum outro profeta foi descrito com esse título.

“Ó Maria! Por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de Maria...”(Alcorão 3:45)

“O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Deus e Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria...” (Alcorão 4:171)

“... Deus te anuncia o nascimento de João, que corroborará o Verbo de Deus,...”  (Alcorão 3:39)

Os cristãos acreditam que no primeiro capítulo do evangelho de João Jesus é identificado como “o Verbo” (logos em grego) encarnado, ou feito carne.  No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade...”

A idéia cristã do logos é completamente diferente do entendimento islâmico simples do “Verbo”.  A idéia do grego logos pode ser traçada até o filósofo do século 6 antes de Cristo, Heráclito.  Ele propôs que havia um logos no processo cósmico análogo ao poder de raciocínio no homem.  O filósofo judeu que falava grego, Filo de Alexandria (15 AC - 45 EC) ensinou que o logos era o intermediário entre Deus e o cosmos..Os escritos de Filo foram preservados e apreciados pela Igreja e forneceram a inspiração para a sofisticada teologia filosófica cristã.  “A identificação de Jesus com o logos... foi posteriormente desenvolvida na igreja primitiva, mas com mais base nas idéias filosóficas gregas do que nos temas do Velho Testamento.  Esse desenvolvimento foi ditado por tentativas feitas pelos teólogos e apologistas cristãos primitivos para expressar a fé cristã em termos que seriam inteligíveis para o mundo helenístico e impressionar seus ouvintes com a visão de que o Cristianismo era superior, ou o herdeiro, do melhor na filosofia pagã.”[1]

O Islã fornece explanação clara de como Jesus era um “Verbo” de Deus.  Mas primeiro o processo de procriação humana deve ser entendido.  O Poder de Deus está por trás de tudo.  Toda vez que Deus decide fazer algo, como dar vida ou causar morte, Ele diz a palavra “Seja” e acontece:

“Ele é Quem dá a vida e a morte e , quando decide algo, diz somente: Seja!, e é.” (Alcorão 40:68)

O primeiro passo na procriação humana é a união biológica entre as células reprodutivas do homem e da mulher, além da vontade de Deus. Como Jesus nasceu sem um pai, não foi concebido por células de esperma masculino.  Ao invés disso, sua criação, semelhante a de Adão, é atribuída exclusivamente ao Verbo de Deus, “Seja”. Deus diz:

“O exemplo de Jesus, ante Deus, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó, então lhe disse: Seja! e foi.” (Alcorão 3:59)

O Alcorão dá detalhes da concepção de Jesus.  Maria não engravidou de um homem.  O anjo Gabriel, chamado no Alcorão de Espírito, trouxe a alma de Jesus - a alma dele foi criado por Deus como as outras almas humanas - para soprar em Maria.  Ao ver o anjo, ela se expressou com surpresa:

“Meu Senhor, disse Maria, como poderei ter um filho se nenhum homem me tocou?’” (Alcorão 3:47)

O anjo respondeu:

Assim será. Deus cria o que deseja, posto que quando decreta algo, diz: Seja! e é.” (Alcorão 3:47)

Gabriel então soprou a alma de Jesus em Maria “a qual alentamos com o Nosso Espírito”. (Alcorão 66:12)

Em essência, Jesus é “Verbo” de Deus porque passou a existir pela Palavra de Deus - “Seja” - como o Alcorão descreve em outra passagem:

“Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria...” (Alcorão 4:171)

(4)       “Espírito” de Deus

No Alcorão Deus atribui certas criações a Si Próprio como uma forma de respeito e honra. Por exemplo, Deus chama a sagrada mesquita em Meca de “Minha Casa” como forma de veneração.  Deus diz:

“E estipulamos a Abraão e a Ismael, dizendo-lhes: “‘Purificai Minha Casa, para os circundantes (da Caaba), os retraídos, os que genuflectem e se prostram.’” (Alcorão 2:125)

O Alcorão descreve Jesus como um “Espírito” que vem de Deus:

“Maria, a quem alentamos com o Nosso Espírito.” (Alcorão 21:91)

“... um Espírito criado por Ele.”   (Alcorão 4:171)

“...a qual alentamos com o Nosso Espírito.” (Alcorão 66:12)

Jesus era um espírito ou, mais corretamente, uma alma criada por Deus, trazida por Gabriel, um anjo poderoso de Deus e soprou em Maria:

“...a qual alentamos com o Nosso Espírito.” (Alcorão 66:12)

Jesus não era uma “parte”, “pessoa” ou “atividade” de Deus que se separou e habitou em Maria.  É chamado um “Espírito” de Deus como um símbolo de respeito e honra, não de divindade.

Da mesma forma, Deus também dá a Adão essa característica de ser Seu espírito. Deus disse quando ordenou aos anjos para se prostrarem para Adão na sua criação:

“Quando o tiver plasmado e alentado com o Meus Espírito, prostrai-vos ante ele.” (Alcorão 38:72)

De fato Jesus recebe uma posição honrada no Alcorão é recebeu certos títulos e descrições que não foram dados a outros profetas, mas isso de forma alguma deve fazer uma pessoa acreditar que Jesus foi algo mais que um mortal. Isso pode ser resumido no seguinte versículo no qual Deus diz:

“Ó povo do Livro (cristãos e judeus)! Não exagereis em vossa religião e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Deus e Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu Espírito. Crede, pois, em Deus e em Seus mensageiros e não digais: Trindade! Abstende-vos disso, que será melhor para vós; sabei que Deus é Uno. Glorificado seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho. A Ele pertence tudo quanto há nos céus e na terra, e Deus é mais do que suficiente Guardião.” (Alcorão 4:171)



Footnotes:

[1] “logos.”  Encyclopædia Britannica de Encyclopædia Britannica Premium Service.  (http://www.britannica.com/eb/article-9048773)

Pobre Melhor

Partes deste Artigo

Visualizar todas as partes juntas
Comentários de Usuário Visualizar comentários

Adicione um comentário

  • (Não é mostrado ao público)

  • Seu comentário será analisado e publicado dentro de 24 horas.

    Campos marcados com um asterisco (*) são obrigatórios.

Outros Artigos na Mesma Categoria

Mais visualizados

Diariamente
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Total
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Favorito del editor

(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Listar conteúdo

Desde sua última visita
Esta lista no momento está vazia.
Todos por data
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Mais populares

Melhores classificados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais enviados por email
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais impressos
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais comentados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Seus Favoritos

Sua lista de favoritos está vazia. Você pode adicionar artigos a esta lista usando as ferramentas do artigo.

Sua História

(Leia mais...) Remover