Uthman Ibn Affan (parte 2 de 2): O Possuidor de Duas Luzes

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Descrição: A vida e os trabalhos estimulantes do terceiro líder muçulmano.

  • Por Aisha Stacey (© 2013 IslamReligion.com)
  • Publicado em 09 Dec 2013
  • Última modificação em 09 Dec 2013
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Uthman_Ibn_Affan_(part_2_of_2)_por-BR_001.jpgUthman Ibn Affan[1]  era um homem tão amado pelo Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, que era chamado o possuidor de duas luzes.  Uthman foi casado com a filha do profeta Muhammad, Ruqiayah, e quando ela morreu ele se casou com outra filha de Muhammad, Umm Kulthum, possuindo assim duas luzes. 

Uthman Ibn Affan foi nomeado Califa (líder da nação muçulmana) através de um processo de consulta e deliberação cuidadosa.  Em seu leito de morte Omar ibn Al Khattab nomeou um conselho de seis homens para escolher um novo líder.  Era uma época de confusão e caos para os muçulmanos, pequenos desentendimentos estavam se tornando obstáculos.  Algumas pessoas queriam apontar Ali ibn Abu Talib porque era da família do profeta Muhammad, enquanto outros queriam apontar Uthman porque era de uma das grandes tribos de Meca.  Ibn Kathir, o respeitado sábio muçulmano do século 14 sugere que o líder do conselho, Abdu Rahman ibn Awf sabatinou a ambos e então escolheu Uthman.

Abdurrahman perguntou a Ali: “Jura governar pelo glorioso livro de Deus (Alcorão) e a Sunnah (tradições) de Seu mensageiro?”  Ao que ele respondeu: “Espero agir de acordo com meus melhores conhecimentos e capacidade.”  Quando Abdurrahman fez a Uthman a mesma pergunta, ele simplesmente respondeu: “Juro”.  Seria muito simplista sugerir que a decisão foi feita exclusivamente pela resposta a essa pergunta, mas foi parte de um processo de reflexão e deliberação.  Ambos estavam entre os vários que eram eminentemente qualificados para liderar a nação muçulmana.  Uthman era um homem conhecido por ser devoto, generoso e modesto. Talvez sua resposta simples tenha refletido sua personalidade.  Um homem tímido de poucas palavras, mas cujo coração estava cheio de amor a Deus e Seu mensageiro.

Imediatamente após ser eleito, Uthman Ibn Affan dirigiu-se ao povo do púlpito anteriormente usado pelo profeta Muhammad.  Olhou para os muçulmanos e louvou a Deus, enviou bênçãos sobre o profeta Muhammad e relembrou as pessoas que esse mundo estava cheio de ilusão.  Aconselhou as pessoas a abandonar as vidas de luxo e buscar um lugar na outra vida, cheio de felicidade e paz.

“Expõe-lhes o exemplo da vida terrena, que se assemelha à água, que enviamos do céu, a qual se mescla com as plantas da terra, as quais se convertem em feno, que os ventos disseminam. Sabei que Deus prevalece sobre todas as coisas.  Os bens e os filhos são o ornamento da vida terrena.  Mas as boas ações, perduráveis, são mais meritórias e mais esperançosas, aos olhos do teu Senhor.” (Alcorão 18:45-46)

Uthman era um homem devoto que amava e confiava em Deus completamente e, assim, sua primeira ação como líder foi assegurar às pessoas que as guiaria de acordo com o modo do profeta e dos califas Abu Bakr e Omar ibn Al Khattab.  Uthman estava completando 70 anos quando se tornou líder dos muçulmanos e por muitos anos estava se abstendo dos prazeres desta vida para buscar proximidade com Deus.  Depois de estabelecer um tom de devoção e preocupação para os muçulmanos que seria a marca registrada de seu reinado, Uthman voltou sua atenção para orientar os governadores e os exércitos muçulmanos.

Para os governadores Uthman expressou seu desejo de que servissem ao povo e nunca explorá-lo.  Enviou companheiros proeminentes do profeta Muhammad como seus representantes pessoais às províncias, para escrutinar a conduta dos funcionários do governo e a condição do povo.  Uthman lembrou os exércitos de seguirem as orientações claras estabelecidas por Omar ibn Al Khattab e pediu a eles que nunca esquecessem que estavam defendendo os crentes.  Conquistas extensas foram feitas durante o reinado de Uthman, incluindo partes da Espanha, Marrocos e Afeganistão.  Uthman também foi o primeiro califa a organizar uma marinha de guerra.  Reorganizou as divisões administrativas do califado muçulmano, expandiu e iniciou muitos projetos públicos.  Talvez a contribuição mais impressionante de Uthman para os muçulmanos tenha sido a compilação do Alcorão.

O Alcorão de Uthman

Após a morte do profeta Muhammad e durante o tempo dos califas, centenas de milhares de não-árabes se converteram ao Islã.  Consequentemente, o Alcorão começou a ser recitado e escrito em vários dialetos e escritas diferentes.  Durante uma viagem um dos companheiros do profeta Muhammad e amigo de Uthman, Hudhaifah, notou que havia muitas recitações diferentes do Alcorão no califado islâmico.  Hudhaifah sugeriu a Uthman que houvesse uma versão oficial escrita no estilo usado na cidade de Medina.

Uthman sabia o Alcorão de cor e tinha profundo conhecimento do contexto e circunstâncias relacionados a cada versículo.  O Alcorão tinha sido compilado durante a época de Abu Bakr e mantido sob a guarda da esposa do profeta, Hafsah.  Uthman tomou posse dos originais e ordenou a alguns dos companheiros mais confiáveis que fizessem cópias cuidadosas.  Então ordenou que todas as outras cópias não oficiais fossem queimadas ou destruídas.  Cinco cópias oficiais foram enviadas para as maiores cidades do califado islâmico.  Cópias originais existem até hoje em Tashkent, Uzbequistão, e no Palácio Topkapi em Istambul, Turquia.

Um fim trágico

Os seis anos finais do reinado de Uthman foram marcados por rebeliões. Alguns dos governadores que tinham sido nomeados durante o reinado de Uthman eram desajeitados e até certo ponto injustos. Dessa forma as sementes da discórdia se espalharam e muitas pessoas começaram a amar os luxos da vida contra os quais Uthman tinha alertado.  Surgiram conspirações e foi difícil para Uthman distinguir o amigo do inimigo.  Estava relutante em derramar sangue de qualquer muçulmano, por mais rebelde que pudesse ser.  Uthman preferiu persuadir com gentileza e generosidade porque sempre se lembrava das palavras do profeta Muhammad.  “Uma vez que a espada seja desembainhada entre meus seguidores, não será embainhada até o Último Dia.”

Os rebeldes convocaram Uthman a renunciar e, de fato, muitos companheiros o aconselharam a fazê-lo.  Uthman, agora um homem idoso com mais de 80 anos, ouviu as palavras de seu amado profeta ecoando em seus ouvidos e se recusou a renunciar de sua posição.  “Talvez Deus venha a vesti-lo com uma túnica Uthman e se as pessoas quiserem tirá-la de você, não a remova por elas.”  Uthman permaneceu fiel à sua aliança, mas depois de um longo certo os rebeldes invadiram sua casa e o assassinaram.  Quando a espada do assassino o atingiu, Uthman estava recitando o seguinte versículo:

“Deus ser-vos-á suficiente contra eles, e Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo.” (Alcorão 2: 137)

Esse foi o fim trágico de um dos homens mais devotos, gentis e altruístas no Islã.



Footnotes:

[1] Baseado no trabalho do Imame Ibn Kathir. Os Califas Sabiamente Guiados.

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