Margaret Marcus, Ex-Judia, EUA (parte 5 de 5)

Classificação:
Tamanho da fonte:
A- A A+

Descrição: Falando com judeus sobre o Islã e o impacto do Islã na vida de Margaret.

  • Por Margaret Marcus
  • Publicado em 03 Dec 2012
  • Última modificação em 03 Dec 2012
  • Impresso: 77
  • 'Visualizado: 9,943 (média diária: 2)
  • Classificação: nenhum ainda
  • Classificado por: 0
  • Enviado por email: 0
  • Comentado em: 0
Pobre Melhor

P: Você já teve a oportunidade de falar sobre o Islã a outros judeus?

R: Há um incidente em particular que realmente se destaca em minha mente quando tive a oportunidade de discutir o Islã com um cavalheiro judeu.  O Dr. Shoreibah, do Centro Islâmico de Nova Iorque me apresentou a um convidado muito especial.  Depois de uma oração de Juma (sexta-feira), fui ao escritório dele fazer algumas perguntas sobre o Islã, mas antes que pudesse saudá-lo com “Assalamu Alaikum”, fiquei completamente atônita e surpresa ao ver sentado diante dele um judeu chassídico ultra-ortodoxo, com peiot, chapéu preto de aba larga, um caftan de seda longo e preto e uma enorme barba.   Sob seu braço havia uma  cópia de um jornal ídiche, “The Daily Forward”.  Ele nos disse que seu nome era Samuel Kostelwitz e que trabalhava em Nova Iorque como entalhador de diamantes.  A maior parte de sua família, disse ele, morava na comunidade chassídica de Williamsburg no Brooklyn, mas também tinha muitos parentes e amigos em Israel.  Nascido em uma pequena cidade romena, fugiu do terror nazista com seus pais para a América, pouco antes do início da segunda guerra mundial.  Perguntei a ele o que o tinha trazido à mesquita.  Ele nos contou que tinha sido afligido com uma dor intolerável desde a morte de sua mãe, cinco anos atrás.  Tinha tentado encontrar conforto e consolo para sua dor na sinagoga, mas não conseguiu quando descobri que muitos dos judeus, mesmo na comunidade ultra-ortodoxa de Williamsburg, eram hipócritas descarados.  Sua viagem recente a Israel o tinha deixado ainda mais profundamente desiludido.  Estava chocado pela falta de religiosidade que encontrou em Israel e contou-nos que quase todos os jovens sabras, ou nascidos em Israel, eram ateus militantes.  Quando viu a grande quantidade de suínos em um dos kibutzim (fazendas coletivas) que visitou, só pode exclamar horrorizado: “Porcos em um estado judeu!  Nunca pensei que isso fosse possível até vir aqui!  Então, quando testemunhei o tratamento brutal dos árabes inocentes em Israel, soube que não havia diferença entre os israelenses e os nazistas.  Nunca, nunca em nome de Deus, eu poderia justificar esses crimes terríveis!”   Então procurou o Dr. Shoreibah e contou-lhe que queria tornar-se muçulmano, mas antes de adotar passos irrevocáveis até a conversão formal, precisava ter mais conhecimento sobre o Islã.  Disse que tinha adquirido alguns livros sobre gramática árabe da livraria Orientalia e estava tentando aprender o árabe sozinho.  Desculpou-se conosco por seu inglês: o ídiche era sua língua materna e o hebraico, sua segunda língua.  Entre si, a família e amigos falam apenas ídiche.  Como seu inglês para leitura era muito pobre, não tinha acesso a boa literatura islâmica.  Entretanto, com o auxílio de um dicionário estava lendo com muito esforço o livro “Introdução ao Islã” de Muhammad Hamidullah e o elogiou como o melhor livro que já tinha lido.  Na presença do Dr. Shoreibah passei outra hora com o sr. Kostelwitz, comparando histórias bíblicas dos patriarcas e profetas com seus equivalentes no Alcorão Sagrado.  Destaquei as inconsistências e interpolações da Bíblia, ilustrando meu ponto com a alegada bebedeira de Noé, a acusação a Davi de adultério e a Salomão de idolatria (que Deus proíba) e como o Alcorão Sagrado eleva todos esses patriarcas ao status de profetas genuínos de Deus e os absolve de todos esses crimes.  Também destaquei por que foi Ismael e não Isaque que Deus ordenou a Abraão oferecer em sacrifício.  Na Bíblia, Deus diz a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto...”  Ismael nasceu 13 anos antes de Isaque, mas os comentadores bíblicos judeus explicam menosprezando a mãe de Ismael, Agar, como uma simples concubina e não como esposa de verdade de Abraão e, assim, dizem que Isaque era o único filho legítimo.  As tradições islâmicas, entretanto, elevam Agar ao status de uma esposa plena, igual a Sara em todos os aspectos.  O sr. Kostelwitz expressou sua gratidão profunda a mim por despender tanto tempo explicando a ele essas verdades.  Para expressar essa gratidão, insistiu em convidar o dr. Shoreibah e eu para almoçar na delicatessen judaica kosher onde sempre ia para o almoço.  O sr. Kostelwitz contou-nos que desejava mais do que qualquer coisa abraçar o Islã, mas temia não poder suportar a perseguição que teria que enfrentar, vinda de sua família e amigos.  Disse a ele para pedir ajuda e força a Deus e ele prometeu fazê-lo.  Quando nos deixou, senti-me privilegiada por ter fala com uma pessoa tão gentil e agradável.

P: Que impacto o Islã teve em sua vida?

R: No Islã a minha busca por valores absolutos foi satisfeita.  No Islã encontrei tudo que era verdade, bom e belo e que dá sentido e direção à vida (e morte) humana; enquanto que em outras religiões a Verdade é deformada, distorcida, restrita e fragmentada.  Se alguém me perguntar como soube disso, só posso responder que a minha experiência pessoal foi suficiente para me convencer.  A minha aderência à fé islâmica é calma, tranquila, mas com uma convicção muito intensa.  Acredito que sempre fui muçulmana no coração por temperamento, mesmo antes de saber que havia algo como o Islã.  Minha conversão foi uma formalidade que não envolveu qualquer mudança radical no meu coração, mas que tornou oficial o que já pensava e ansiava por muitos anos.

Fonte: The Islamic Bulletin, San Francisco, CA 94141-0186.

Pobre Melhor

Partes deste Artigo

Visualizar todas as partes juntas

Adicione um comentário

  • (Não é mostrado ao público)

  • Seu comentário será analisado e publicado dentro de 24 horas.

    Campos marcados com um asterisco (*) são obrigatórios.

Outros Artigos na Mesma Categoria

Mais visualizados

Diariamente
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Total
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Favorito del editor

(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Listar conteúdo

Desde sua última visita
Esta lista no momento está vazia.
Todos por data
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Mais populares

Melhores classificados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais enviados por email
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais impressos
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
Mais comentados
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)
(Leia mais...)

Seus Favoritos

Sua lista de favoritos está vazia. Você pode adicionar artigos a esta lista usando as ferramentas do artigo.

Sua História

Sua história está vazia.