Juros e Seu Papel na Economia e na Vida (parte 8 de 8): A Solução Islâmica

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Descrição: Uma solução islâmica para o modelo de juros e como a economia pode continuar a prosperar sem os juros.

  • Por Jamaal al-Din Zarabozo (© 2011 IslamReligion.com)
  • Publicado em 22 Aug 2011
  • Última modificação em 22 Aug 2011
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A Solução Islâmica

A solução islâmica para a questão dos juros repousa em dois princípios básicos:

(1)  Se um indivíduo deseja emprestar dinheiro a outro para ajudá-lo, esse ato deve ser baseado em “princípios fraternais” e é absolutamente inaceitável cobrar quaisquer juros nesse caso.  Não se ajuda outro indivíduo colocando-o em um ciclo de dívidas no qual ele tem que pagar mais do que pegou emprestado.  Esse princípio se aplica também às relações internacionais islâmicas.  Se esse princípio importante fosse aplicado hoje, os países de fato “ajudariam” e dariam assistência aos outros países, ao invés de sugá-los em um padrão de dependência e endividamento.

(2)  Se um indivíduo deseja usar seu dinheiro para ganhar mais dinheiro, então deve estar disposto a colocar seu dinheiro em risco.  Em outras palavras, não pode garantir para si mesmo um retorno fixo (cuja quantidade continua a aumentar com o passar do tempo) independente do resultado do investimento para o qual seu dinheiro foi direcionado.  Se estiver arriscando seu dinheiro, merece alguma parcela dos lucros.  Entretanto, isso também significa que deve aceitar perdas se elas ocorrerem.  Esse é um sistema baseado em justiça.  Tem numerosos benefícios também.  Aquele que investe se preocupa com os resultados de seu investimento e não pode exigir seu “pedaço de carne” independente do que possa ocorrer com o devedor.

Essa solução islâmica funciona para indivíduos e também para a sociedade como um todo.  Os bancos são essencialmente intermediários financeiros.  Pegam dinheiro daqueles que o tem em excesso (poupança) e o entregam para os que precisam de dinheiro para investimentos.  Os juros não são necessários para esse sistema funcionar.  O banco e seus acionistas investem, ao invés de simplesmente emprestar, seus títulos e ações.  O dinheiro é posto em risco e o retorno dos acionistas será baseado nos lucros obtidos nos respectivos investimentos.   Sob circunstâncias normais de uma economia em crescimento, se o banco for grande o suficiente e diversificar seu portfolio, o banco tem um retorno positivo virtualmente “garantido” sobre o total de seus investimentos.  Assim, aqueles que investem seu dinheiro com o banco também receberão um retorno positivo sobre seu dinheiro sem ser garantido ou fixado antecipadamente.

Várias instituições financeiras “islâmicas” têm sido estabelecidas em todo o mundo hoje.  Foram estabelecidas com base no princípio de evitar os juros e algumas delas floresceram.[1]

Conclusões

Na maioria dos casos a “civilização moderna” decidiu dar as costas à Orientação Divina (principalmente devido à experiência no ocidente com o Cristianismo) e tem tentado construir seus próprios sistemas econômicos e políticos, leis internacionais e assim por diante.  Ao fazê-lo, entretanto, têm que admitir que estejam tentando fazer algo além de seus meios.  As ciências sociais são muito diferentes das ciências físicas.  Não existem laboratórios nos quais os humanos possam determinar o que podem ser os melhores resultados sob diferentes cenários (e até isso teria que supor que os humanos sempre reagirão da mesma forma sob as mesmas circunstâncias).

No campo da economia, a primeira coisa que pode vir à mente é o colapso das teorias do socialismo e comunismo.  Deve-se, entretanto, examinar bem o capitalismo e o quanto sua realidade está longe do que deveria ser.  Os primeiros teóricos capitalistas previram uma teoria que levaria ao “melhor de todos os mundos possíveis.”  Entretanto, suas teorias eram baseadas em suposições que nunca foram e nunca serão cumpridas.  Supuseram competição perfeita, conhecimento perfeito, livre mercado e assim por diante.  Se essas suposições são violadas, o que inevitavelmente acontece, elas não levam ao “melhor de todos os mundos possíveis.”  Ao invés disso, facilmente levam a um mundo de exploração, no qual o rico fica mais rico e o pobre fica mais pobre.  Uma das forças propulsoras por trás desse sistema é a institucionalização dos juros.

Deus abençoou os humanos com a orientação do Alcorão – um livro que foi detalhadamente preservado desde sua revelação.  Esse livro contém a orientação que a humanidade necessita para levar uma vida bem-sucedida tanto nesse mundo quanto no outro.  Não surpreende, então, que esse livro proíba e condene absolutamente os juros de forma muito severa.



Footnotes:

[1] Para mais detalhes sobre os trabalhos práticos e teóricos dessas instituições, ver El-Gousi, pp. 199-247; Frank E. Vogel e Samuel L. Hayes III, Islamic Law and Finance: Religion, Risk, and Return (“Lei Islâmica e Finanças: Religião, Risco e Retorno”, em tradução livre) (The Hague: Kluwer Law International, 1998), pp. 181-295.

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