Juros e Seu Papel na Economia e na Vida (parte 1 de 8): Introdução

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Descrição: Uma visão islâmica do papel dos juros na sociedade hoje, com um estudo histórico e contemporâneo. Parte 1: Por que os muçulmanos implementaram a proibição dos juros em face do apelo dos secularistas cristãos e judeus por sua legalização.

  • Por Jamaal al-Din Zarabozo (© 2011 IslamReligion.com)
  • Publicado em 20 Jun 2011
  • Última modificação em 05 Sep 2021
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Introdução

Interest_and_its_Role_in_Economy_and_Life_(part_1_of_8)_PT-BR_001.jpgOs juros são definidos no Dicionário Oxford de Inglês como “dinheiro pago para o uso de dinheiro emprestado (o principal) ou para ter paciência com um débito, de acordo com uma taxa prefixada.” [1]

De fato, os indivíduos e o mundo como um todo provavelmente sabem muito bem o peso dos juros, de modo que ninguém realmente precisa da definição acima. Os juros são conhecidos por qualquer um que viva em um país capitalista. Tornaram-se completamente institucionalizados e aceitos nas economias modernas, de modo que é quase impossível conceber que exista alguém que se oponha completamente a eles e recuse quaisquer transações que envolvam juros. Mas existem muçulmanos devotos que se recusam a lidar com juros.

A razão real de os muçulmanos não lidarem com juros é que lhes é proibido pela religião islâmica, como veremos de forma detalhada mais adiante. Ao mesmo tempo, os muçulmanos acreditam que a orientação do Alcorão é baseada em Seu conhecimento, sabedoria e justiça. Em outras palavras, Deus não proíbe algo aos humanos sem haver alguma razão. Sendo assim, definitivamente existem razões sólidas – algumas das quais somos capazes de reconhecer claramente – pelas quais Deus proibiu essa prática.

No mundo de hoje os muçulmanos são bombardeados constantemente com argumentos a favor dos juros. Muitos muçulmanos sucumbiram a essa pressão e argumentos supostamente racionais que os levaram a aceitar o conceito de juros.

Consequentemente, esse artigo tem a intenção de discutir a posição islâmica sobre os juros com suporte nos textos básicos da fé e também entrar em uma discussão racional sobre os juros, para determinar se os argumentos dados a favor deles são verdadeiramente válidos.

Orientação de Deus para a Humanidade

O Islã ensina que Deus proveu orientação de forma misericordiosa para a humanidade em todos os aspectos da vida. Essa orientação não cobre apenas os atos de adoração, mas tudo desde economia e ética empresarial a relações conjugais, internacionais, éticas de guerra e assim por diante. Uma das características que distingue os muçulmanos de hoje é que continuam a acreditar nessa orientação de Deus, enquanto que muitos a descartaram ou deixam de lado seus ensinamentos religiosos quando se trata de assuntos “seculares”.

Existe um grande número de razões para muitos muçulmanos não terem seguido o mesmo caminho que, por exemplo, vários judeus e cristãos seculares seguiram. Uma das razões mais importantes é que o muçulmano pode confiar que a revelação que forma a base da religião islâmica não foi manipulada ou distorcida desde a época de sua revelação. Em outras palavras, não houve interferência ou distorção humanas na revelação. Assim, não existe necessidade dos humanos agora corrigirem os erros dos humanos primitivos, como os judeus ou cristãos seculares argumentariam. De fato, o único resultado para os muçulmanos seria os humanos, por sua interferência, prejudicarem a revelação que veio de Deus.

Segundo, muitos muçulmanos acreditam que não lhes foi apresentada qualquer evidência forte ou convincente de que de alguma forma sua religião não está em contato com a realidade ou é impraticável em tempos modernos. No Islã, por exemplo, nunca houve conflito entre religião e ciência, que levou a uma ruptura de confiança na igreja e uma virtual revolta contra a autoridade da religião como experimentado no Ocidente.[2] Muitas pessoas, até alguns muçulmanos, têm clamado por muitas mudanças dentro do Islã, mas na realidade os argumentos que têm apresentados são falhos e inconsistentes, para dizer o mínimo.  O caso dos juros, tópico desse artigo, pode ser tomado como um excelente exemplo dessa natureza.

Interessantemente, embora o Islã esteja na mídia com muita frequência ultimamente, a experiência desse autor é que muitos não-muçulmanos não estão cientes da posição do Islã em relação aos juros. Assim, esse artigo lança luz sobre esse tópico importante – um tópico que não é um tópico “medieval” obsoleto, mas um que tem extrema relevância para o mundo hoje.



Footnotes:

[1] Oxford English Dictionary Software (Oxford, Inglaterra: Oxford University Press, 2002), entrada, “interest (juros).”

[2] Um trabalho clássico sobre a história da experiência cristã/européia com relação ao conflito entre religião e ciência é History of the Conflict between Religion and Science (“História do Conflito entre Religião e Ciência”) de John William Draper (Order of Thelemic Knights, 2005). Note que esse título deve ser corrigido, uma vez que é a história do conflito entre ciência e Cristianismo na Europa. Em seu trabalho, A History of the Intellectual Development of Europe (“Uma História do Desenvolvimento Intelectual da Europa”, em tradução livre) (Honolulu, Havaí: University Press of the Pacific, 2002), o mesmo John William Draper divide a história da Europa em idade da fé seguida pela idade da razão, destacando mais uma vez o conflito que existe no Cristianismo em particular (mas também no Judaísmo), com “razão” e “ciência” vis-à-vis “fé.” O Islã nunca experimentou essa crise. De fato, a consistência do Islã com a ciência moderna é algo que na verdade atraiu muitos convertidos ao Islã. Por exemplo, um professor não-muçulmano, Prof. Tejatat Tejasen da Universidade Chiang Mai na Tailândia, estudou a relação entre o Islã e a ciência moderna e finalmente declarou o seguinte:

“Durante os últimos três anos me interessei pelo Alcorão… A partir de meu estudo… acredito que tudo que foi registrado no Alcorão quatorze séculos atrás deve ser verdade, que pode ser provada por meios científicos. Uma vez que o Profeta Muhammad não podia ler e nem escrever, Muhammad deve ser um mensageiro que transmitiu essa verdade, que lhe foi revelada como uma iluminação por aquele que é elegível [como o] criador... Consequentemente, acho que esse é o momento de dizer… [nesse ponto o Prof. Tejasen faz o testemunho da fé islâmica].” [Citado de I. A. Ibrahim, A Brief Illustrated Guide to Understanding Islam (Um Breve Guia Ilustrado para Entender o Islã) (Houston: Darussalam, 1997), p. 31.

Esse trabalho, na íntegra, está disponível em www.islam-guide.com. Ibrahim revê e resume as conclusões de muitos cientistas contemporâneos.]

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